Um basta ao preconceito
A campanha criada para reduzir a violência contra minorias no Brasil reuniu judeus, muçulmanos, gays, pretos, trans e religiões africanas
Quando o grupo terrorista Hamas lançou seu ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, assassinando cerca de 1,2 mil pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, o mundo foi tomado por surpresa e indignação.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza, com a meta de destruir o Hamas e resgatar os reféns. Como em todas as guerras, há abusos dos dois lados. No caso de Israel, existe ainda uma outra camada: além de país, é uma referência ao povo judeu -- esteja ele solo israelense ou espalhado pelo mundo.
Como judeu e brasileiro, comecei a perceber o aumento do preconceito contra membros da comunidade judaica nesse país que tão bem acolheu tantos imigrantes. Três dos meus quatro avós eram refugiados de guerra da Europa (Ucrânia, Áustria e Romênia). Morreram brasileiros e orgulhosos de sua nova pátria.
Meu desconforto se uniu ao de vários outros amigos -- comunicadores, advogados, empresários, cientistas sociais -- apenas para citar alguns. Foi assim nasceu a iniciativa #pense antes de falar.
Protegidos detrás das telas, as pessoas falam e postam as maiores barbaridades. Não somente contra judeus mas também contra pretos, pobres, muçulmanos, gays e tantas outras minorias. A campanha criada por nós trouxe voz para aqueles que sofrem tais preconceitos.
Engajamos lideranças, personalidades e cidadãos comuns em vídeos curtos, explicando que o que você fala, compartilha ou posta pode afetar a vida das pessoas. Incluindo a morte de algumas delas. Tudo feito de forma orgânica e verdadeira, sem um real investido.
Com a campanha criada, oferecemos ao Instituto Brasil-Israel, referência nacional no pensamento judaico progressista, para assiná-la e ajudar na disseminação.